Espetáculos

ESPETÁCULOS
     Os espetáculos de repertório, que são de dramaturgias próprias do grupo, serão revisitados e submetidos a análises e questionamentos, assim como, assimilados os aperfeiçoamentos de repertórios técnicos e estéticos. Acreditamos que manter um repertório é assegurar e reforçar um discurso, ideológico e estético. É também a possibilidade de rever o caminho traçado e projetar caminhos futuros, aliando a pesquisa em continuidade com a possibilidade de sustentação financeira, estética e simbólica de um grupo.

Selecionamos 9 peças do nosso repertório:


"Sonho de uma Noite de Verão”




     No Sonho de Uma Noite de Verão, adaptado pela Cia. do Abração, quatro velhinhos, contadores de estórias, que neste momento se encontram a serviço do Sr. Milkshakespeare, utilizam-se de objetos para contar esta estória que fala dos encontros e desencontros de dois casais. A idéia de trabalhar com manipulação de objetos parte do princípio que esta é a maneira que a criança naturalmente se utiliza para criar o seu próprio imaginário, o seu lúdico “Faz – de - Conta”. Assim, os personagens da estória são representados por objetos do cotidiano, como um par de sapatos altos, uma gravata borboleta, etc.
     Na nossa versão, os reis da floresta brigam, não pelo seu pajem, mas pela posse do Livro dos Sonhos que, a nosso ver, pertence a todos e, o que passamos como mensagem é que quando a natureza entra em desarmonia, todos, que neste mundo vivem, brigam e se desarmonizam. Além disto, fazemos uma reflexão sobre a infância e a velhice, por isto, nossos doces velhinhos, no final da peça, acabam se tornando crianças ou libertando a criança que todos guardamos dentro de nós. Desta forma, trabalhamos com a idéia de fazer um teatro para criança de todas as idades, sem menosprezar a inteligência de nosso público.
     Este espetáculo, de linguagem estética simples, criativa e poética, pode ser apresentado em qualquer espaço físico, quer num jardim como em um suntuoso teatro.



  “Um mundo debaixo do meu chapéu”





     A Cia. do Abração, inspirada pela genialidade do silencio de Chaplin, oferece às crianças de todas as idades Um mundo debaixo do meu chapéu, peça de Sombras, Objetos e Atores que procura, através da simplicidade e da poesia, reavivar o universo chapliniano preto-e-branco mais colorido que o cinema já presenciou.
     Os filmes O Garoto, Luzes na Cidade, Em Busca do Ouro, Tempos Modernos, O Grande Ditador e Luzes da Ribalta servem como referência para a elaboração do roteiro do espetáculo. A fonte de inspiração principal é a personagem Carlitos, e cenas como a do Ballet dos pãezinhos são citadas e recriadas.
     A idéia central da Cia. do Abração é proporcionar aos pequenos e grandes um resgate da produção cinematográfica de Charles Chaplin, trazendo à cena ícones do universo deste grande criador, como o inesquecível Carlitos, partindo dos princípios da arte-educação, onde todos os artistas envolvidos no projeto estão conscientes do importante papel que representam como formadores de opinião.
     No espetáculo, três contra-regras sonhadores brincam com a imagem de Carlitos abordando temas como a generosidade e a responsabilidade social. Apresentar esse ícone para crianças de hoje é como abrir portas para um novo jeito de caminhar, um jeito meio desengonçado, ingênuo, verdadeiro e cheio de esperança, combatendo o que não nos faz bem com o que mais simples existe: sendo humano.



     "O Mágico de Oss”





     A Cia. do Abração propõe a releitura do clássico “O Mágico de Oz”, para ressaltar temas como a construção da identidade e o caminho a se trilhar em busca da sabedoria e de reconhecimento das ações para a valorização de virtudes humanas.Na nossa história, a protagonista, Doroti, uma menina egoísta e dominadora, briga com seus amigos e se sente incompreendida por seus avós. Em um ataque de fúria, a menina egoísta que acredita que a vida que leva é sem graça e sem cores, se vê abduzida por um furacão que a transporta para um lugar mágico e colorido. Na jornada psicodélica de Doroti, ela encontra um espantalho sem cérebro, um homem de lata sem coração e um tigre covarde. Todos se unem para encontrar o único que poderá dar-lhes o que cada um necessita: o poderoso Mágico de OSS, o único capaz de dar um cérebro, um coração, coragem e o caminho de volta para casa. Porém, em nossa história, toda esta viagem, todos estes encontros, tudo foi apenas projeção do subconsciente de Doroti que, com a viagem, transcendeu suas fraquezas e conquistou virtudes.
     O ambiente cênico propõe alusões à cultura oriental, conferindo uma atmosfera mística ao mesmo tempo em que um grande quebra cabeças tridimensional, calcado em cores primárias, de uma forma brincante, vai construindo os espaços do subconsciente da personagem central Doroti.



     “Estórias Brincantes de Muitas Mainhas”








     Embasado em obras literárias nacionais, o grupo de pesquisa e encenação da Cia. do Abração, fundamentado nos princípios sócio-construtivistas que norteiam sua pesquisa, propõe a realização de um espetáculo sob as técnicas da contação de estórias e abstração e manipulação de objetos.
     O foco temático apresentado na peça é a relação entre mães e filhos, as diferentes relações que se podem estabelecer neste mesmo binário, ressaltando o respeito que devemos ter pelas diferenças individuais de cada ser humano, quer seja ele mãe ou filho.
     Três simpáticos velhinhos que adoram contar estórias, um para o outro e, do seu jeito, trarão ao espectador alguns contos da literatura nacional, dirigidos à criança. Nossos contadores de estórias, divertidos e ingênuos velhinhos se confundem, brincam e se emocionam com a pureza própria de uma criança. Movidos pelos sentimentos de saudades e lembranças, começam a falar sobre suas próprias mães e sobre as diferentes mães que conhecem. Neste clima de brincadeira e Faz-de-Conta, fazem abstrações imaginando que todas as coisas, isto é, objetos do cotidiano, elementos da natureza e seres elementais, também têm mães. Concluem-se como podem ser diferentes e ao mesmo tempo semelhantes a nós, as diversas relações entre mães e filhos: tudo quanto a imaginação e a sensibilidade de uma criança podem permitir. Um trabalho de muita sensibilidade e delicadeza feito para todas as crianças, de todas as idades, inclusive, aquelas dentro de nós.


·      “Estórias Brincantes de Muitos Paizinhos”



      Os “Tingas”, três simpáticos e oníricos personagens, buscam um Pai, um norte que oriente para a escolha de caminhos e “dê um jeito” no mundo, que todos temos o dever de cuidar. Nesta estória de afeto e respeito à diversidade de um mundo “bagunçado” apresentam-se às crianças várias figuras paternas desde o pai biológico ao adotivo, aquele que educa em casa e na escola, o pai escolhido por afinidade e até mesmo a própria “mãe-pai”, entre outras diversas formas de afeto paternalista. De forma lúdica, se possibilita a compreensão de diferentes aspectos da relação pai e filho, de suas abstrações e metáforas.
     “Estórias Brincantes de Muitos Paizinhos” é a valorização da diversidade cultural de uma terra/nação, e de cada um de nós, em particular, como resultado do encontro entre o semeador e a terra, o pai e a mãe. Uma viagem lúdica ao interior de nossa terra e de nós mesmos, através de histórias de Pais e Países. Uma brincadeira de encontros e amores com nossa identidade. E, a certeza de que ser pai é antes de tudo uma celebração da vida, do amor e do sagrado.


·      “O Trenzinho do Caipira”



     No espetáculo, seis personagens, de diferentes regiões do Brasil, simultaneamente, recebem uma misteriosa carta de Villa Lobos, convidando-os para uma viagem de trem. Encontram-se, por obra do destino ou da carta que receberam, na estação de trem e constatam que acabam de perdê-lo. Este fato provoca uma instabilidade e um questionamento em cada um sobre o sentido de estarem ali. O sentido da viagem, o sentido do trem. O sentido da própria vida. Ao se conhecerem, percebem suas necessidades e desejos comuns e decidem, então, construir o seu próprio trem.
     Ao final, com várias informações obtidas sobre a obra de Villa Lobos e muitos ensinamentos para suas próprias vidas, juntos, nossos brasileiros conseguem construir seu próprio trem. Neste instante, decifram a missão contida na misteriosa carta enviada por Villa Lobos e que lhes dá motivação suficiente para iniciar sua grande viagem. O final desta viagem? Cada espectador poderá concluir qual o sentido este trem tomará...

 
“A Bela e a Fera”


   
     A Cia. do Abração propõem a releitura deste clássico, adaptando-o ao contexto brasileiro dos bailes de carnaval, com todas as suas características culturais, códigos e musicalidade que atravessa do samba ao frevo, passando pelas singelas marchinhas, para ressaltar temas de valorização da arte e de valores essenciais, questionando o conceito de beleza, para falar de virtudes humanas e do amor.
     A história é narrada por um bloco carnavalesco e se utiliza de todas as alegorias do CARNAVAL, incluindo fantasias, máscaras e instrumentos musicais da bateria de uma escola de samba, que são utilizados ao vivo pelos atores.
     Na nossa história, a protagonista pede ao seu pai, um ex-compositor de sambas, agora caixeiro viajante, que lhe traga de presente o samba da Rosa. Infortunadamente, o pobre homem escuta o samba vindo do castelo de uma terrível FERA. A partir daí se desenrola o conflito e toda a trama já conhecida deste clássico infantil.
     A reflexão sobre a importância da música e da poesia, para se chegar a valores imateriais que possam construir relações humanas subjetivas, essenciais e valorosas, tendo como subtexto a história de um questionável e improvável amor de uma Bela moça e uma horripilante Fera é o objetivo da montagem.



“Sobrevoar”



     Sobrevoar aborda Santos Dumont como a criança, não aquela de sua infância datada no final do século XIX, mas aquela atemporal que sonha, persiste e realiza. Uma história de descoberta do "eu" que busca ser livre à revelia das convenções sociais. Personagens, que compreendem a magnitude do risco de alçar vôos, sem pensar em limites. Vencer os obstáculos impostos pelo espaço. Esta é a inspiração que nos fornece Santos Dumont.
     As quedas sofridas por Santos Dumond, durante sua trajetória, na busca das conquistas de seus experimentos aeronáuticos, são o fio condutor do roteiro desenvolvido, em criação coletiva com atores e equipe de criação, método que a Cia. desenvolve em todas as suas produções.
     No espetáculo, quatro personagens, com espírito de criança, habitam um espaço imaginário e atemporal, um lugar onde todas as brincadeiras e experimentos co-habitam. Um espaço onde os sonhos se tornam possíveis, que interliga céu e terra, um istmo entre o sonho e sua realização.

"Kartas de Uma Boneka Viajante"



O espetáculo narra o encontro de um desiludido escritor, com uma criança que chora por que perdeu sua boneca. Para alegra-la, inventa uma história dizendo que a boneca não se perdera, mas que estava apenas viajando. Resolve, então, criar cartas imaginárias escritas pela boneca, endereçadas à menina, contando sobre as aventuras em suas viagens, transformando-se, assim, em um carteiro de bonecas viajantes.



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